Dólar cai para R$ 5,03 e fecha no menor valor desde 15 de junho
A valorização internacional do petróleo e os
juros altos no Brasil fizeram o dólar aproximar-se de R$ 5 e cair para a menor
cotação desde meados de junho. A bolsa de valores foi afetada pelo pessimismo
internacional, mas fechou estável por causa do desempenho das commodities (bens
primários no mercado internacional). O dólar comercial encerrou esta
segunda-feira (29) vendido a R$ 5,033, com recuo de R$ 0,045 (-0,88%). A
cotação iniciou a segunda-feira próxima da estabilidade, mas passou a cair
ainda no fim da manhã, com países emergentes sendo favorecidos pelo
encarecimento das commodities (produtos primários com cotação em mercados
internacionais).
A moeda norte-americana está no menor nível
desde 15 de junho, quando tinha fechado a R$ 5,02. A divisa acumula queda de
2,73% em agosto. Em 2022, o recuo chega a 9,74%. O mercado de ações teve um dia mais
pessimista. O índice Ibovespa, da B3, fechou aos 112.323 pontos, com alta de
apenas 0,02%. O indicador operou em alta durante quase todo o dia, chegando a
subir 0,8% por volta das 14h30. No entanto, a piora nas bolsas norte-americanas
e a realização de lucros (quando os investidores vendem ações para embolsar
ganhos recentes) mudaram o rumo da bolsa nas horas finais de negociação.
Nesta segunda-feira, o barril do petróleo do
tipo Brent (usado nas negociações internacionais) fechou a US$ 104 e atingiu o
maior nível desde o fim de junho. A alta ocorre por causa da expectativa de que
a Organização dos Países Produtores de Petróleo (Opep) corte a oferta para
fazer frente à expectativa de recessão na Europa e nos Estados Unidos.
Além do petróleo, outras commodities
valorizaram-se nesta segunda-feira, beneficiando países emergentes. No Brasil,
os juros altos ajudaram a atrair capital externo. A taxa Selic (juros básicos
da economia) está em 13,75% ao ano, no maior nível desde 2017, com possibilidade
de ser elevada para 14% ao ano no fim de setembro. Taxas altas em países
emergentes ajudam a segurar recursos externos em momentos de turbulência no
mercado global.
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