Ministério da Saúde discute incluir remédio mais caro do mundo, de cerca de R$ 6 milhões, no SUS
O Ministério da Saúde está discutindo a
incorporação ao SUS do medicamento Zolgensma, considerado o mais caro do mundo.
O remédio, aplicado em crianças com atrofia muscular espinhal (AME), custa em
torno de R$ 6 milhões. De acordo com o jornal o Globo, a pasta abriu uma
consulta pública para que a sociedade se manifeste até 3 de outubro sobre a
inclusão.
A Conitec (comissão que avalia novas
tecnologias), no entanto, deu parecer preliminar desfavorável à medida. A
recomendação cita que a comissão “observou uma incerteza na eficácia” em
pacientes maiores de 6 meses e na “efetividade de longo prazo”. Também menciona
preocupações com a segurança e o custo-benefício. Em paralelo, o ministério
estuda restringir o direito de escolha dos pacientes ao tratamento.
A comunidade AME advoga pela inclusão do
remédio, aplicado em dose única. O medicamento obteve sucesso no tratamento de
crianças em outros países, sobretudo onde há triagem neonatal. No Brasil,
poucos pacientes tiveram acesso, graças a decisões judiciais. A burocracia tem
tornado complexo o processo para administração de outros medicamentos para a
AME.
Há dois disponíveis no SUS: Spinraza e
Risdiplam. Mas o acesso ainda não é amplo. As condições propostas pela
Novartis, fabricante do Zolgensma, também são alvo de críticas. Quem atua em
prol dos portadores de AME avalia que o preço e os critérios de parcelamento
dificultam a sustentabilidade da cadeia de fornecimento.
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