Representação do Brasil retoma contato com brasileiros em Gaza
Não há relatos de
pessoas feridas em decorrência dos bombardeios.
O Escritório de
Representação do Brasil em Ramala, na Cisjordânia, disse neste sábado (28) que
retomou o contato com os brasileiros que estão nas cidades de Rafah e Khan
Yunis, ao sul da Faixa de Gaza. O grupo, formado por 34 pessoas, das quais 24
brasileiros, sete palestinos em processo de imigração e três palestinos
familiares, aguarda sinal verde do governo egípcio para ser resgatado e
retornar ao Brasil.
Na sexta-feira (27),
por volta das 20h (14h horário de Brasília), a representação brasileira em Ramala
perdeu o contato com os brasileiros devido à queda nos serviços de comunicação
por celular e internet em Gaza. Segundo comunicação enviada pelo escritório, a
comunicação foi restabelecida e não há relatos de pessoas feridas em
decorrência dos bombardeios que acontecem na região. “Restabelecemos o contato
com nossos nacionais nas duas cidades, e continuaremos monitorando a situação”,
informou o embaixador Alessandro Candeas, responsável pelo escritório da
representação do Brasil.
Em Rafah, o grupo é formado
18 pessoas, das quais nove são crianças. O embaixador informou que conseguiu
falar rapidamente com o único canal que conseguiu manter e que todos continuam
seguros. “Vão tentar comprar água e alimentos hoje”. Em Khan Younes, estão nove
crianças, cinco mulheres e dois homens. O contato foi feito in loco pelo
motorista contratado pelo escritório, que verificou que apesar do clima
permanente de tensão e medo todos estão bem, com alimento, água e gás para os
próximos dias. A embaixada informou ainda que eles solicitaram a compra de mais
mantimentos, e que vai disponibilizar os recursos.
Boletim publicado pelo
Escritório para Assuntos Humanitários das Nações Unidas (Ocha) informa que as
cidades foram as que registraram o maior número de mortes nos últimos dias. Na
sexta-feira, a Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU) aprovou,
com 120 votos favoráveis, a proposta de resolução sobre o conflito no Oriente
Médio apresentada pela Jordânia, e que foi assinada por 39 países com assento
no colegiado.
A proposta pede uma
“trégua humanitária imediata, duradoura e sustentada, que conduza ao cessar das
hostilidades”. O documento pede ainda “a libertação imediata e incondicional de
todos os civis que permanecem ilegalmente mantidos em cativeiro”. Além da
liberação de civis e trégua humanitária, o documento aprovado pela ONU exige
que as partes cumpram com o direito internacional, que os civis da Faixa de
Gaza tenham acesso aos bens e aos serviços essenciais, como água, alimentos e
medicamentos, e que se anule a ordem de Israel para evacuação de todas as
pessoas do norte do enclave palestino. Em nota, a Secretaria de Comunicação da
Presidência informou que “no Egito, o avião presidencial brasileiro segue
posicionado no Cairo para, assim que houver acordo entre as autoridades
envolvidas no conflito, repatriar os brasileiros tão logo cruzem a fronteira
entre Gaza e o Egito”.
Comentários
Postar um comentário