Shein: Geraldo Alckmin defende que fim da isenção seja tratado em novo projeto

 


Fim da isenção de imposto para compras de até US$ 50 em sites como a Shein foi incluído em projeto sobre mobilidade verde

O vice-presidente da República e ministro do Desenvolvimento, da Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), Geraldo Alckmin (PSB), defendeu que o fim da isenção de imposto para compras em sites como Shein, Shopee e AliExpress seja tratado em outro projeto. O fim da isenção foi incluído, sob a forma de emenda, no projeto de lei (PL) que cria o Programa Mobilidade Verde e Inovação (Mover). Por se tratar de matéria estranha ao tema principal, a emenda é chamada de “jabuti”. O projeto trata de incentivos a veículos sustentáveis e é de iniciativa do Poder Executivo, sendo uma das prioridades de Alckmin. A informação é de uma reportagem do Metrópoles.

O Metrópoles aponta que Alckmin se disse otimista em avançar com o PL do Mover nesta terça-feira (21). O projeto está pronto para ser votado no plenário da Câmara e há expectativa de que seja votado pelos deputados até o fim desta semana. “Estamos confiantes que amanhã possa ser votado o Mover, que é a mobilidade verde. A gente mobilizou R$ 130 bilhões na indústria automotiva, já anunciados no investimento. R$ 130 bilhões para inovação e descarbonização chamada mobilidade verde”, disse Alckmin a jornalistas na tarde desta segunda-feira (20), no Palácio do Planalto.

Ainda segundo o Metrópoles, ao ser questionado sobre a retirada da emenda sobre o imposto de importação, ele respondeu: “Essa é uma decisão do Congresso Nacional, é uma decisão da Câmara Federal. Eu entendo que o ideal seria votações em projetos distintos. O projeto Mover (mobilidade verde) é estímulo à indústria automotiva, isso vale caminhão, ônibus, trator, máquinas, equipamentos. E outra é os US$ 50. O ideal é que a gente separasse esses dois temas”.

O relator do projeto do Mover, deputado Átila Lira (PP-PI), propôs revogar a possibilidade de importações via remessa postal, que hoje estão isentas sob a justificativa de “não gerar desequilíbrio com os produtos fabricados no Brasil, que pagam todos os impostos”. As varejistas estrangeiras defendem que o tema seja tratado em outro projeto, que também está em tramitação na Câmara: o PL 2339/2022, que estabelece as regras a serem observadas pelas pessoas físicas ou jurídicas na venda dessas mercadorias estrangeiras no e-commerce. Ainda assim, a competência exclusiva de definição da alíquota do imposto de importação, qualquer que seja ela, é do Executivo federal, acrescenta o Metrópoles.

A Shein, por exemplo, considerou que a inclusão da tributação de pacotes internacionais no projeto de lei foi tomada “discretamente, sem a necessária profundidade de discussão”, o que afastou a capacidade de diálogo e a construção de uma solução equilibrada, com potencial de impacto, sobretudo, no poder de compra das classes mais pobres.

“A gente sabe que ‘jabutis’ normalmente não trazem soluções para problemas. Na verdade, eles são paliativos, são ‘tapa-buracos’ e da forma como vem acontecendo como você olha o problema como um todo. A ideia de ter uma solução de política pública que seja boa e equilibrada não acontece dentro de um jabuti”, disse Anna Beatriz Lima, diretora de relações governamentais da Shein, ao Metrópoles na semana passada.

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