Brasileiros querem punição severa a candidato que usa notícias falsas
Pesquisa foi divulgada
pelo Observatório da Federação dos Bancos
A 16ª edição da
pesquisa Observatório Febraban, realizada pelo Instituto de Pesquisas Sociais,
Políticas e Econômicas (Ipespe), entre os dias 4 e 10 de julho com 3 mil
pessoas nas cinco regiões do país, revelou que 88% dos brasileiros são
favoráveis à punição dos candidatos que usam ou se beneficiam de notícias
falsas durante as eleições. A punição mais defendida, para 52% das pessoas
ouvidas, é a impugnação da candidatura; 14% defendem multa em dinheiro; 12%
defendem suspensão da campanha eleitoral por um período; 10% consideram que a
propaganda eleitoral deve ser suspensa por completo e 3% indicaram apenas uma
repreensão pública. Segundo a pesquisa, as notícias falsas ou Fake News são um
dos temas que mais chamam atenção no período eleitoral e 73% da população quer
punições severas a quem se aproveitar dessa prática.
A pesquisa, inédita,
procurou investigar o pensamento dos brasileiros sobre o grau de envolvimento
nas campanhas eleitorais que vão começar dentro duas semanas praticamente. De
acordo com o Tribunal Superior Eleitoral (TSE), dia 16 de agosto será dada a
largada da propaganda eleitoral geral. Até lá, qualquer publicidade ou
manifestação com pedido explícito de voto é passível de multa. Nessa data, 16
de agosto, também é o último dia para os tribunais regionais eleitorais
listarem as emissoras que transmitirão a propaganda eleitoral gratuita de
candidatas e candidatos de municípios onde não há emissoras de rádio e TV. A
exibição da propaganda no horário eleitoral gratuito em rádio e TV vai de 30 de
agosto a 3 de outubro. A contagem é feita considerando-se os 35 dias anteriores
à antevéspera do 1º turno, e em municípios onde haverá 2º turno, a propaganda
em rádio e TV ocorrerá de 11 a 25 de outubro.
Considerando o início
das campanhas, a pesquisa apontou que o desempenho das candidatas e candidatos
na campanha eleitoral e nos debates chega a 17% na escolha dos eleitores. Para
43% dos entrevistados, as propostas apresentadas são determinantes na hora do
voto e para 29% a experiência administrativa conta de maneira favorável aos
eleitores. Para 29% dos pesquisados, a decisão de voto vai acontecer na reta
final da campanha, depois do último debate. Para 9%, isso acontecerá no dia da
eleição.
Fake News
A pesquisa apontou que
mais da metade da população, ou seja, 59%, já recebeu algum tipo de Fake News e
30% responderam que já se sentiram prejudicados por notícias falsas, enquanto
que 25% declararam já ter bloqueado uma pessoa ou ter sido bloqueado em grupos
do WhatsApp por causa de conflitos, brigas e discussões relacionados aos
candidatos nas últimas eleições. Para também 59% dos entrevistados que
vivenciaram bloqueios ou saída de grupos do WhatsApp por discussões políticas
acham que isso se repetirá neste ano.
Na semana passada, foi
lançada uma cartilha que traz orientações para as pessoas detectarem as
notícias falsas das verdadeiras. A cartilha pode ser acessada aqui e, a partir
dela, os internautas podem identificar facilmente boatos, Fake News e assim
evitar desinformação, fraudes e manipulação de opiniões, muito comum em período
de campanha eleitoral.
Eleições de Outubro
A maioria da população
considera importante votar para prefeito e vereador nas eleições de outubro.
Segundo a pesquisa, 68% da população tem muito interesse; 33% tem interesse.
Para 93% da população, a escolha do prefeito é considerada importante e para
79% a eleição dos vereadores, os futuros componentes das Câmaras Municipais,
deve ser levada à sério. A escolha dos vereadores é muito importante para 36%
dos entrevistas e importante para 43% deles.
Importância da eleição
As eleições
majoritárias, para presidente, são consideradas mais importantes para 39% dos
brasileiros; 20% para a escolha de prefeitos e 7% para a escolha de
governadores. Para 17% da população, não há diferença entre as eleições nas
três esferas, a federal, a estadual e a municipal.
Eleição na rotina
Para 63% dos
entrevistados, as eleições municipais podem ser consideradas como parte da
rotina das pessoas, onde 34% disseram que o tema está muito presente nos
ambientes de convívio social; 29% responderam que o tema é citado com relativa
frequência e 35% afirmam que “ainda não se fala quase nada” sobre eleição e
sobre os candidatos.
Mídias
A pesquisa identificou
que a televisão (37%) e as redes sociais (30%) seguem isoladas como os meios
mais utilizados para se informar sobre as eleições. Em seguida, as conversas
com amigos, parentes, portais, blogs e sites de notícias na internet aparecem
com 10% como os meios usados para saber novidades das eleições. Nos números
agregados da pesquisa, os meios digitais lideram com 43%; o rádio com 4%,
WhatsApp com 3% e jornal impresso com 2%.
A hora da escolha
A pesquisa também
identificou as fontes de informação consideradas “mais importantes” para ajudar
os eleitores escolherem de maneira correta as candidatas e os candidatos às
prefeituras municipais. Para 22% dos entrevistados, assistir aos debates entre
os candidatos na televisão é relevante para definir as escolhas; 16% consideram
importante acompanhar as informações dos candidatos nas mídias sociais; 14%
disseram que é importante acompanhar as notícias no rádio, televisão e jornais.
Para 11% dos entrevistados, é importante as conversas com amigos e a família
para definir o voto e para apenas 1% é importante receber orientações da
igreja, do padre, do pastor ou outro guia espiritual. Para 5% dos entrevistados
é importante ouvir os candidatos nos eventos de rua e 4% disseram que é
importante acompanhar as notícias dos candidatos pelo WhatsApp.
Quem fica e quem sai
De acordo com as
entrevistas realizadas, as pessoas se dividem quando o assunto diz respeito à
continuidade ou mudança nas administrações municipais. 33% das pessoas ouvidas
disseram preferir votar em um candidato que dê continuidade à forma como a
cidade está sendo gerida; 31% disseram que optariam por um candidato “que mude
um pouco a forma de administrar, mantendo algumas coisas e mudando outras e 30%
responderam que desejam uma candidata ou candidato que “mude totalmente a forma
de administrar o município”. Para 39% dos entrevistados há preferência de votar
naquela candidata ou naquele candidato “que tenha experiência política, mas que
ainda não foi prefeita ou prefeito; 24% darão preferência a nomes “novos na
política” e 25% votaria em quem já foi prefeito ou prefeita.
Religião e o voto
A pesquisa indicou que
36% das pessoas consideram a religião como fator importante na escolha dos
candidatos e para 43% dos evangélicos ou protestantes a religião do candidato é
importante, enquanto que para os católicos o percentual é 31%. Entre os
evangélicos e protestantes, 28% preferem votar num candidato que seja da mesma
religião, e esse percentual cai para 16% entre os católicos.
Problemas
Para 55% dos
entrevistados, a saúde pública é a área que deveria ser prioridade para os
futuros prefeitos e prefeitas. Em segundo lugar, com 10% das respostas, está o
núcleo emprego, renda e educação. Para 9% das pessoas ouvidas, a segurança
pública deve ser prioridade. Com 3% das respostas, a prioridade deveria focar
no trânsito, no transporte público e combate à corrupção.
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