‘Governo Lula chutou o balde com fim do teto de gastos’, diz ex-ministro de Bolsonaro
O ex-ministro da
Economia de Jair Bolsonaro, Paulo Guedes, citou o teto de gastos adotado pelo
ex-presidente Michel Temer (MDB)
O ex-ministro da Economia de Jair Bolsonaro, Paulo Guedes, disse nesta quinta-feira (25) que o terceiro mandato de Luiz Inácio Lula da Silva “chutou o balde” com o fim do teto de gastos. Guedes evitou fazer referências diretas ao governo atual, mas teceu várias críticas aos métodos adotados pela gestão Lula, fazendo distinção entre a social-democracia e a liberal-democracia, que é defendida pelo economista.
Fazendo um retrospecto das políticas no campo fiscal na história recente, Guedes disse que os tucanos, em referência ao ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB) e sua equipe, instituíram a regra de superávit primário, mas que ela não foi eficiente por ser uma medida de longo prazo que não faz frente a períodos de crise. O ex-ministro então citou o teto de gastos adotado pelo ex-presidente Michel Temer (MDB). Segundo Guedes, a regra ajudou o Brasil “um pouco”, mas ela também não foi suficiente para períodos de necessidade de alta de gastos, como foi na pandemia de Covid.
“Como você vai respeitar o teto se você é obrigado a combater uma doença?”, questionou. “Então, a gente criou um ‘teto retrátil’. Abre o teto, bota a cabeça de fora; acabou a tempestade, bota a cabeça para dentro e baixa o teto de novo. Foi o que nós fizemos. O déficit foi lá em cima e voltou de novo”, justificou o ex-ministro sobre os furos ao teto da gestão Bolsonaro. Segundo levantamento do economista Bráulio Borges, pesquisador do FGV-Ibre (Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas), feito a pedido da BBC News Brasil, os gastos do governo Bolsonaro acima do teto somaram R$ 794,9 bilhões de 2019 a novembro de 2022.
O ex-ministro fez questão de frisar que não estava fazendo críticas ao governo atual, mas sendo teórico e “socrático”. Depois, pediu desculpas à plateia por não poder ser mais aberto em sua análise, justificando que aprendeu com o tempo que é preciso ser mais cuidadoso com as palavras. “Quando eu era um economista jovem, eu podia falar abertamente, rasgado. Hoje eu tenho responsabilidade, passei por lá, vi as coisas, vi as dificuldades. Vi injustiças, ainda vejo injustiças. Agora, muita gente boa ajudando a fazer a coisa certa. E como em qualquer lugar do mundo, tem sempre aquela gente disposta a colocar fogo no parquinho”, disse.
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